segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PETAR

A primeira coisa e mais importante que todos devem saber sobre o PETAR (Parque Estadual Alto do Ribeira) : Nunca vá de ônibus para lá!


A minha aventura começa daí...


Saímos de casa às 06:00 horas da manhã. O ônibus da Transpen que vai até Apiaí sai da rodoviária da Barra Funda às 07:30 horas,  depois deste horário só as 12:30 horas e acho que tem mais um outro horário no início da noite.


O ônibus até que não é ruim, saiu de São Paulo vazio! A primeira parada foi em Sorocaba, várias pessoas subiram, encheu o ônibus. Apareceu um homem com o mesmo número de poltrona que o meu. Ainda bem que não rolou crise nenhuma, ele foi para uma poltrona vaga no fundo do ônibus, que sorte a minha porque o cara fedia demais! Um odor nauseante de bebida, cigarro e mijo!

A viagem foi bem demorada, o ônibus foi parando em várias cidades e até mesmo na estrada para deixar uma ou outra pessoa.


Foi entrando mais gente do que cabia no ônibus, tão desorganizado que venderam  o mesmo número de poltrona para mais de uma pessoa! Várias pessoas seguiram viagem em pé, parecia ônibus circular!


Chegamos na cidade de Apiaí quase 02 horas da tarde! Atrasados, o pessoal que estava esperando pelo ônibus já estava reclamando!


O nosso martírio estava apenas começando! Já sabia que a viagem seria difícil, mas não tanto.


Só tem uma linha de ônibus que sai de Apiaí rumo a Iporanga, é a Princesa dos Campos, só tem dois horários de saída, às 11:00 e às 16:00 horas. Então tínhamos pela frente duas horas de espera naquela rodoviária feia e deserta, nada por perto, nenhum restaurante para almoçar, o jeito foi atacar os lanchinhos que tínhamos na mochila e esperar a chegada do tal ônibus.
Só por curiosidade perguntei ao taxista quanto ele cobra a viagem até Iporanga:” R$100,00!” “São 34 km de estrada de terra dona”! Até a Pousada são R$ 90,00! “OK, obrigada!”


Até que o ônibus chegou logo e a fila logo se formou, mais uns 30 minutos de espera até limparem o ônibus e o motorista tomar um cafezinho e entramos no circular, mais 20 minutos esperando todo mundo entrar e se acomodar.


Graças a Deus conseguimos sentar! O ônibus saiu lotado, cheio de gente e mala, pessoas em pé se espremendo, estava parecendo os ônibus de São Paulo, um pouco pior. Estava torcendo para não chover e o pessoal começar a fechar as janelas, imagina aquele ônibus fedido e barulhento todo fechado!!! Que horror!!!


Para piorar ele ainda ia parando na estrada pegando mais gente! Perguntei para o cobrador e para o motorista e parece que ninguém conhecia a tal Pousada-Fazendo do Bethary! Nessa o ônibus todo já sabia para onde eu ia! Alguns diziam que não existia essa Pousada, outras já falavam que tinha duas Pousadas do Bethary! “Legal né!?”


Quando vi que começamos a passar por várias pousadas e campings levantei e fui para frente, mas ainda estava longe do nosso destino! Claro que acabamos descendo no lugar errado! Entrei em uma fazendo que me disseram que era a tal fazendo do Bethary, do “Seu João”!


Já tinha chovido muito e a estrada era pura lama! O tal do Seu João disse que a Pousada era mais para frente, na próxima porteira!
Seguimos então pela estrada enlameada rezando para não passar um carro e nos cobrir de lama! Apareceu um carro! Devagar e chamou: “Luciana!”


Ufa! Era a Dona da Pousada que veio nos buscar! Enfim!!!


A Pousada é uma graça, uma linda fazenda. Tem vários chalés, de vários tamanhos.


Fomos os primeiros hospedes a chegar. Ficamos em um quarto coletivo, mas como estava vazio, não tivemos que dividir com ninguém!


Passado o trauma da viagem, onde eu só conseguia pensar “nunca mais volto aqui”! “Nunca mais quero passar por isso” “Que ecoturismo o quê, isso aqui é ecoroubada”!


Estávamos morrendo de fome e o jantar deu uma atrasada básica, mas valeu a pena esperar, estava ótimo! Uma comida caseira da fazenda excelente!


Ficamos sabendo que o tal ônibus do terror não passa de domingo, ou seja: “como eu vou voltar para casa”!? Minha esperança era fazer amizade com alguém da pousada e conseguir uma carona, nem que fosse até a rodoviária da cidade mais próxima! Simpatia não é o meu forte, mas vamos lá né! Depois de um dia inteiro juntos será que não ia conseguir nada?




No dia seguinte levantamos cedo, tomamos um fantástico café da manhã da fazenda, com tudo fresquinho, desde o leite tirado da vaca, até o pão caseiro e a geléia!


Uma pessoa da Pousada nos levou de carro até a agência de turismo que nos levaria ao passeio pelas cavernas. Duas pessoas da Pousada também iam fazer esse passeio e nos seguiram de carro!


Chegando lá ficamos meio perdidas sem saber quem procurar, ninguém sabia de nada. Depois de alguns desencontros e muita espera conseguimos sair em direção ao Parque Petar. Neste meio tempo estava conversando com uma moça de Campinas que mesmo antes de saber meu nome já me ofereceu uma carona de volta para casa! Opa!


Estávamos em um grupo de 7 pessoas, visitaríamos 03 cavernas, mais as piscinas naturais e uma cachoeira!


Nossa primeira visita foi a Caverna Santana. Ficamos lá dentro por mais de duas horas, mas nem parecia tanto, como fiquei sabendo, dentro da caverna perde-se a noção do tempo!






















Saímos de lá e fomos até as piscinas naturais, tivemos uma hora livre para lanchar e nadar se quiser! É claro que eu caí na água, mesmo gelada, não resisto!!! Adoro mergulhar em águas geladas!


A Chuva chegou cedo e muito forte, fomos para um abrigo e colocamos nossa capa de chuva. Eu fui preparada para tudo! Seguimos uma trilha pela mata até chegar a próxima caverna, bem diferente da anterior, mais difícil e perigosa, as pedras estavam muito escorregadias!






A chuva já havia parado quando fomos para terceira e última caverna. Curioso como uma caverna é bem diferente da outra, isso é muito legal!





Antes de voltarmos para a entrada do parque passamos pela cachoeira, tiramos fotos, eu até queria entrar, mas não tínhamos muito tempo e o pessoal não ia querer me esperar.




Passamos por uma exaustiva trilha, uma longa subida de volta e depois mais uma longa descida escorregadia. Muita lama pelo caminho!

Voltamos para a Pousada já estava quase anoitecendo, estávamos imundas e cansadas e claro, famintas, desejando um prato de arroz com feijão da fazenda!


Novamente tivemos um jantar delicioso, com direto a vinho Lambrusco! Infelizmente não tinha ninguém para dividir o vinho comigo...Trouxe a garrafa praticamente cheia para casa!


Parece que já tínhamos  uma carona garantida para o dia seguinte com as duas moças que estavam na pousada e também iam para São Paulo! Graças a Deus!


Depois de jantar fomos direto para o quarto e cama, cansadas demais para qualquer esticadinha!


No dia seguinte ficamos até mais tarde na cama, tomamos um café da manhã demorado, nos despedindo de PETAR e daquela agradável fazenda.


Conhecer as cavernas foi demais!!!


Da próxima vez eu já sei: para PETAR Só de carro!



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