quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

TRANSPORTE PÚBLICO - Parte II

Ainda sobre o transporte público...
Quero fazer um relato específico sobre os vendedores ambulantes.
Outra vantagem dos trens e metrôs é a proibição ao comércio ambulante, já no buzão, é quase impossível fazer uma viagem onde não entre pelo menos um vendedor, isso quando não entram três, quatro, cinco vendedores diferentes além dos pedintes!
É bala, chocolate, chiclete, revista, cartão, água, refrigerante, picolé, cocada, salgadinho, bolacha, o que mais?
Eu nunca compro nada! O mais interessante é que quando eu quero comprar não aparece ninguém;
Tem todo tipo de vendedor e pedinte, tem aqueles que entram deixam o produto na mão de todo mundo “sem compromisso” e depois passam recolhendo, sem dizer nada; tem aqueles que distribuem papeizinhos nojentos na mão dos passageiros e depois passam recolhendo;   tem aqueles que já entram gritando, falando de forma decorada, sem pontuação, sem respiração, sem expressão e ainda tem aqueles que gostam de fazer um showzinho, contam piadas, brincam com os passageiros, as crianças, as mulheres e até dão uma prenda para o cobrador.
Um dia destes aconteceu algo inédito; no final não entendi se foi um pedinte maluco ou um assalto coletivo, o sujeito chegou para os passageiros e disse que era “ex” usuário de crack que tinha sido internado em uma clínica, mas fugiu e agora estava na nóia e precisava de dinheiro para comprar “comida”! Até aí...
- Eu estou na nóia de pegar uma madame dessas que diz que não tem dinheiro porque só anda com cartão de crédito e levar para um cativeiro para encher a cara dela de bolacha! Por isso eu venho pedir moeda aqui no ônibus que eu sei que tem gente pobre trabalhadora que vai me ajudar!
Não entendi se ele queria socar a madame ou sequestrá-la e deixa-la só comendo bolacha água e sal! De qualquer forma o que ele falou foi o suficiente para o pessoal do ônibus engolir seco e começar a procurar moedas na bolsa.
Eu fiquei na minha já que fazia parte do time das madames com cartão de crédito que não carregam dinheiro na bolsa.
Depois de arrecadar uma quantidade suficiente de moedas para comprar alguns grãos de crack ele se despediu falando:
_ Valeu pessoal, o crime agradece!!
Nova forma de assalto à ônibus? Assalto psicológico? Bem possível!

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